Olá quanto tempo, eu realmente estive sumida então vou tentar resumir os motivos desse sumiço e convidá-los a refletir comigo sobre tudo isso. Separa um tempinho que hoje o post é maior que de costume, mas extremamente necessário para você entender como vai funcionar daqui para frente. Este post vai estar disponível em todas as minhas redes sociais e sites.
Estive pensando como falar o que é preciso para explicar tanto tempo de ausência. Então gostaria de começar lembrando que esse post é muito mais íntimo do que de costume vou expor aqui muito da minha vida pessoal que impactou a minha vida profissional durante todo esse período.
Sinceramente no momento em que estou começando a redigir esse post, no dia 01/12/2020 às 22:25, eu nem me lembro quando foi a última vez que escrevi muito menos o assunto que foi abordado então partiremos do ponto inicial.
Eu me chamo Elaine, me formei em relações internacionais em 2017 pelo IESB, tenho 24 anos de idade. Sou uma pessoa complexa com muitos ideais e extremamente comprometida com o que acredito e me proponho a fazer.
Eu sou uma pessoa que gosto de ser profissionalmente ativa, além de uma pessoa que criativamente não costuma parar, e talvez esteja aqui um ponto que devo trabalhar para evitar que pausas tão longas aconteçam novamente. Devido a isso foram períodos muito difíceis e com muita auto cobrança para serem superados.
Eu tenho experimentado minha criatividade e paixão profissional por meio de algumas iniciativas empreendedoras, já que o mercado tradicional tem tido dificuldade de receber jovens profissionais em busca de experiência, ainda mais em meio a tantas crises econômicas, políticas, sociais e de saúde pública. São elas a administração, redação, elaboração, pesquisa e execução de projetos nos perfis no Instagram, Facebook, Twitter e sites da @elaineluzac; nos perfis do Instagram, Facebook e site da @luzcrocheartesanato; nos perfis do Instagram e Facebook da @helpreviewhr; e no perfil do Instagram do @internacionalises, como podem ver muitas funções acumuladas fora as que decidi deixar em off no começo do ano. Fora toda essa empreitada radical, ainda estou me dedicando a aprender novos idiomas e tentando passar em processos seletivos para uma pós graduação. Ou seja, uma carga nada saudável e a conta uma hora iria chegar. E chegou!!
Estou vivendo algumas condições de saúde que me fizeram parar para refletir, respirar e me questionar o quanto eu estou me respeitando como pessoa em meio a minha sede pelas minhas buscas profissionais. Quanto mais penso no assunto mais percebo que pouquíssimo tem sido o meu auto cuidado. Para quem não sabe desde os meus 10/12 anos eu lido com dores pélvicas crônicas que até hoje não têm um diagnóstico fechado para explicar a intensidade e continuidade da dor o que se sabe até o momento é que tenho ovários micro policísticos, primeiro diagnóstico que tive e trato basicamente desde um ano após minha primeira menstruação; meu útero está numa posição fora da comum, não faço ideia de como ou porquê mas não tem tratamento e não deveria causar as dores que tenho; tenho adenomiose que é o crescimento do endométrio no tecido muscular interno do útero, um grande problema de dor e irregularidade menstrual que já estou tratando, recebi esse diagnóstico só ano passado depois de muitos exames. Resumindo sobre a dor pélvica a suspeita de toda essa dor é de uma doença chamada de endometriose que é o crescimento do endométrio fora do útero que tem um diagnóstico muito difícil e complexo.
Contudo, desde novembro do ano passado tenho lidado com dores no corpo principalmente nas extremidades de pernas, braços, mãos e pés com inchaços recorrentes. No início achei que eram devido a irregularidade com a qual estava fazendo meus exercícios de fisioterapia pélvica, que servem para aliviar as dores, porque eu havia tido dois meses anteriores muito intensos realizando um curso profissionalizante de administração com uma carga horária elevada de segunda a sexta. Porém com passar o tempo, fim do curso e retorno a regularidade dos exercícios de fisioterapia pélvica as dores não passaram e para piorar estavam intensificando principalmente em contato com o frio. Em fevereiro deste ano a situação chegou ao seu auge de eu não conseguir segurar o celular ou garfo e ficar em pé foi só aí que percebi que as dores não estavam normais. Novamente parei com os exercícios de fisioterapia porque já não estava mais conseguindo realizá-los devido a dor, até lavar as mãos estava difícil. Aí as dores pélvicas ficaram irregulares e intensas novamente. ( Ainda não tenho diagnóstico fechado sobre o que causa a dor, mas minha psicóloga acredita que possa ser uma doença chamada fibromialgia que ainda não tivemos a chance de confirmar).
Com toda essa pressão e com um trauma que tive, no final de novembro do ano passado, voltando do curso de idiomas onde um cachorro se soltou de uma casa e avançou pra cima de mim eu comecei a desenvolver mais problemas de saúde, a essa altura vocês já estão com pena ou me achando um problemática né? Calma aí que ainda tenho o que contar, então paciência e relaxar nos julgamentos, continuando… Dessa vez os problemas eram psicológicos já que pela graça do destino nesse dia eu estava com um guarda chuva e consegui espantar o cachorro balançando o guarda chuvas e ele não chegou a me morder. Alguma sorte eu tinha que ter nessa vida.
Com o episódio do cachorro comecei a desenvolver sentimentos de pânico toda vez que tenho que sair de casa e que se intensificaram entre fevereiro e março. Entre episódio e episódio de ter que pensar em sair de casa e ser inundada pelo pânico irracional comecei a desenvolver ansiedade, depressão e cheguei ao extremo de pensamentos suicidas. Minha vida pessoal já estava um caos com todos esses problemas somados e mesmo assim deu para piorar muito. ( Vocês não tem noção de quanto está sendo difícil me expor dessa forma nas redes sociais, mas eu tenho esperança que meu relato seja uma forma de fazer você se questionar se você não está caminhando para o mesmo destino que eu. Então reflitam em suas vidas pessoais também.)
E dessa vez piorou para todo mundo literalmente. Todos os noticiários no mundo inteiro intensificaram as reportagens sobre um vírus misterioso que estava levando as pessoas à morte e a OMS, organização mundial da Saúde, anuncia estado de pandemia, o vírus conseguiu se espalhar rapidamente e atingiu todos os continentes. E aqui começamos o isolamento social as famílias dentro de casa obviamente começaram os conflitos de convivência eu e meu pai começamos a nos desentender com muita frequência quase que diariamente eu já estava no meu limite e pensando com muita frequência em suicídio, até que no meio de uma dessas brigas meu pai me mandou vir passar um tempo com minha mãe e eu no extremo do desespero e da necessidade de ajuda falei com ela que foi me buscar com meu padrasto. Foi um dia muito intenso eu falei com ela no início da tarde e ela só pode me buscar no início da noite então começou a gerar a ansiedade e o sentimento de Pânico (quando estou em momentos tão intensos eu tento disfarçar que estou tão mal pra não incomodar quem está comigo) que só intensificou quando entrei no carro uma sensação de eternidade com o tempo de viagem primeiro porque realmente é longe minha mãe mora no entorno do Goiás e eu no Distrito Federal, e segundo porque eu estava numa pressão emocional absurda com todas as dores e sentimentos atacados de uma vez.
Quando finalmente chegamos eu me isolei não conseguia ir nem no portão passei de Abril até Outubro sem sair de casa direito sempre que eu precisava era um terror pessoal, a essa altura eu já não dormia direito tive semanas em que dormi menos de oito horas a semana inteira e semanas em que quase não conseguia ficar acordada, minha alimentação também desregulou e pela primeira vez na minha vida eu cheguei aos 57 quilos com os meus 1,63 de altura, minha média de peso antes era só 49 no máximo. E no final de Abril ainda recebi uma notícia devastadora para mim e para minha família, meu avô materno contraiu a Covid 19 e faleceu. Toda a família ficou profundamente abalada e em maio tivemos outra perda: um dos meus tios, marido da irmã da minha mãe, também, veio a falecer de infarto. Como podem ver um imenso caos emocional estava instalado e eu me afundava cada vez mais nele.
Em junho, minha mãe conseguiu que a equipe médica do Caps da região dela fizesse um acolhimento psicológico comigo, mas meu atendimento seguinte foi apenas em novembro devido a alta demanda de pacientes no sistema de saúde pública, dessa vez eu fui mesmo abalada e me afogando nos meus sentimentos para buscar ajuda.
Até hoje eu consegui apenas mais duas consultas psicológicas e uma com um clínico geral da psiquiatria, porque o Caps já encerrou as atividades durante esse ano, então terei que tentar tudo de novo ano que vem.
Atualmente estou medicada e aguardando para conseguir novos atendimentos. Estou tentando seguir as recomendações médicas para enfrentar tudo isso. Tem sido muito difícil, não são todos os dias que eu consigo enfrentar, mas eu sigo tentando. Tenho apoio de alguns poucos amigos próximos e da minha família mesmo eles não compreendendo o que se passa exatamente. Nunca expus essa situação tão abertamente, nem mesmo minha psicóloga e psiquiatra tiveram a oportunidade de conhecer um resumo tão aprofundado de tudo que passei nos últimos meses.
Por causa de toda essa resumida, porém aprofundada experiência, eu tive que fazer essa pausa. Eu ainda não sei quando vou poder voltar com regularidade e nem qual a nova frequência que vou estabelecer em toda essa jornada. Estou indo com muita calma e respeito a partir de agora. Por isso quero convidá-los a se questionar sobre como vocês têm cuidado de si mesmos. Pedir que tenham mais atenção com a saúde física e emocional de vocês. Eu vou seguir apaixonada profissionalmente e buscando formas de me reinventar e me posicionar profissionalmente com mais consciência agora.
Se você ficou até aqui. Muito obrigada por me permitir compartilhar com vocês uma parte da minha história e emoções nos últimos meses. Peço pra que você compartilhe com quem você gostaria de lembrar que auto cuidados são necessários. Curta e comente se eu consegui ajudá-lo a refletir, se você se identificou com algo do meu relato, como está sendo a pandemia pra você e o que mais você sentir no seu coração, respeitando sempre.
Até breve.
Comments